domingo, 20 de dezembro de 2009

Te conto que o meu dia seguinte foi tão oposto que quase quebrou o encanto que a música de vocês havia criado. Foi como um copo de muito folêgo, um agora eu acredito, ver que esse amor-matéria constrói uma das coisas mais bonitas que ja vi. Mas aí, eu estava la num dos meus portos seguros, ontem, que ja é o dia que passou (ainda bem), lendo as cartas de Sophie, treinando meu francês e imaginando as francesas, seus gestos, suas palavras. E o tempo de horas adiantadas foi escavado, te digo, as coisas as vezes parecem ter de acontecer.
Eu tinha saído mais cedo do trabalho, gastei um certo tempo conversando na plataforma de baixo, e quando é quando, o reconheci pela mão, incrível, pela mão.
Dei dois passos para confirmar os traços, era a mão e o corpo todo. Virei pros meus próprios pés, nao querendo cruzar olhares, fingindo que nada era estranho: ele abraçava as pernas de uma que nao vi a frente, não quis, isso nao pertence mais a mim. Continuei pelos degraus pretendendo que pelo menos o meu corpo ainda me pertencesse, sorri, falei sobre o assunto do momento entre os que estavam comigo, encontrei aquele que me da carinho, abri a porta pro vento, e chorei em silêncio afastada. Foi triste saber como ainda me desmancho por isso. Não é triste porque não existimos: não eramos, nao é.
Como você diz: 'eu vezes eu, ,quanto que dá? tem muito que dar agora, agorinha, mesmo que nada seja pra já, preciso desse agora.
Me diz? um beijo