segunda-feira, 6 de abril de 2009

#4

oi, bia!
ontem fui na sala Cecília Meireles. foi tudo tão sem querer. eu e lucas fomos comer peixe no nova capela, ali na lapa. todo mundo vai lá comer cabrito, a gente só vai lá pra comer truta. se bem que ontem foi linguado. foi mais caro, mas foi gostoso demais. aí o lucas leu na parede “camerata de violões – do conservatório brasileiro de música. lançamento do cd”. na foto, 8 homens com seus violões. era dentro de meia hora. ficamos curiosos e corremos pra lá. foi bem engraçado porque era um clima bem família, e eu e ele com as nossas roupas. mais assim... você sabe. daí tá. entramos e nisso uma senhorazinha que distribui filipetas entrou na sala e ficou dando umas filipetas, dizendo “são as últimas, hein, pessoal”. ela era velha tipo papel enrugado, cabelinho molhado pra trás. quando eu olhei pra filipeta, era só do mês de março. bichinha. atrasada. mas tão fofa. nisso, uma coisa incrível aconteceu. eu vi um divulgador cultural ao vivo. em pleno século 21. achei tão classudo. um senhor levantou de sua cadeira e começou a falar muito alto para que todos pudesse ouvir: “gostaria de recomendar o filme tal tal tal” só que claro, muita gente, não deu atenção e infelizmente eu não pude ouvir o filme recomendado. quando ele acabou o recado, ele sentou na cadeira de volta, esperando os oito violões em ação. aliás, foi bem bonito, música me carrega pra tanto lugar, maravilha. ora, estou numa torre medieval, ora corro infantil por um gramado de macarrão. que bom que existe, que lindo é poder ouvir. depois passeamos de skate na lagoa e bebemos a melhor água de coco do mundo. sabe umas que descem perfeitas? foi assim ontem. lucas comentou sobre uma vez que uns paisagistas fizeram uma instalação num morro que tem ali perto da pedra da gávea e foi um alvoroço porque os ambientalistas ficaram putos com o tratamento dado aos animais daquele lugar. como eles viveriam com aquelas luzes em cima deles? concordamos com eles, embora a gente coma carne toda semana. e adore isso. na volta pra casa, o mundo me enervou mais uma vez. no túnel, um carro, desses que a gente tem medo só de olhar: vidro fumê, placa questionável, cano escapando, e um som nas alturas. essa espécime de carro entrou na minha frente de tal maneira bruta, que seu eu não fosse sagaz, iria provocar um baita de um trânsito no túnel. entrou assim, pá, pum, se lançou. emputecida, liguei o farol alto em cima deles e não mais delisguei. não mais. na saída do túnel, os caras dentro do carro, começaram a fazer sinal de armas, com as mãos, pela janela. muito ameaçada por aquelas mãos com dedos, ainda continuei com o farol irritante, quando passou um mini caminhão, que há metros atrás, tinha me divertido pois ele ouvia bryan adams, e eu comentei com lucas “que caminhoneiro mais brokeback mountain”. ele riu e disse “deve ser rádio, lelê”; pois esse mesmo caminhoneiro passou por mim e disse “deixa eles pra lá, esquece”. consegui esquecer, e diminui o farol. no viaduto, as linhas da pobreza e da classe média se dividiam, e eles, claro ou infelizmente ou eu-sei-onde-eu-moro, seguiram por outro caminho, ainda me ameaçando com suas armas imaginárias.
engoli trocentos sapos a adolescência inteira. dei pra ficar saidinha demais por esses tempos. acreditando na máxima “ficar calado é cooperar com o opressor”. minha mãe diz que eu me desgasto. terrível. mas não consigo. não consigo. tenho pensado em fazer taekwondo (valeu google). claro que tenho uma visão super kill-bill da coisa toda. mas acho que posso me aliviar. você topa em fazer? que te parece?

em tempo, ainda sobre educação e tal tal tal:
sábado fomos num show. do mesmo evento onde há duas semanas tocamos. nem por isso, me valho de algum sobrenome que possuo e furo a fila. amo a companhia do lucas e acho que posso ficar uns 20 minutos observando a rua e tecendo comentários com ele. super posso. lá em cima, durante o show, um segurança me abordou: “você não pode ficar na fila não”. pensando que eu estava em alguma fila, olhei para os lados e perguntei “ãh?”. ele me explicou que eu deveria ter furado a fila, já que eu já cantei ali e coisa e tal. disse que nunca faria aquilo. ele riu. e ficou um pouco confuso. e eu me senti bem. pena que isso foi sábado. e os felás da puta com armas imaginárias foi domingo. me desgasto, menina. mas não, nunca seria política.
taekwondo, então?
beijos,
Letícia

ps: tenho certeza que sonhei com você, era casamento do meu irmão bernardo. era tudo diferente e tal. de repente, eu fazia aula de francês e você era da minha sala. num momento eu escrevia uma frase, queria tanto poder lembrar e você dizia “é isso mesmo”. me causando um aneurisma, eu acho que “je ne regrette rien”.

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